Transformação Visceral, ao Despertar da Força

De 21 de Maio de 2016 a 2 de Fevereiro de 2017 (Nodo Médio)

 Por Vanessa Guazzelli Paim, Agent 55

 É tempo de Lua Negra em Escorpião, apimentando o já profundo, poderoso e às vezes perigoso signo de Escorpião. O tom subjacente atual em nosso coletivo se intensifica através de temas como a sexualidade, a paixão, investigações profundas, segredos, perigos, assuntos de vida e morte, poder, alquimia, profunda transformação e potencial tântrico. O pano de fundo visceral, por detrás de nossas palavras e imagens, é de uma sensação de urgência, uma certa intensidade, e a crescente intensificação de nossas emoções põe todos à prova, como um chamado a uma transformação ainda mais potente. As emoções se intensificam, somos movidos desde o âmago, nas profundezas de nosso coletivo, até as raízes.

Viemos de um período de aproximadamente 9 meses da Lua Negra (25/ago/2015 a 21/maio/2016), em que os aspectos não elaborados de nossas formas de nos relacionarmos vieram à luz na interação com outros. Como nossa habilidade para nos relacionarmos evoluiu desde o nível visceral? Escutamos o conselho da bailarina de Tango? (artigo da Lua Negra em Libra, em espanhol). Ela nos disse: “É desde minha própria insegurança que fui capaz de criar movimentos improvisados, que não perturbem ao meu companheiro, me mantendo aberta e sempre pronta a lhe dar a sensação de segurança. A insegurança caminha com a gente ao longo de toda a vida, em busca por uma sensação de segurança. É assim, a própria segurança tem ela mesma como base a insegurança. A incerteza está em todas as partes. A chave está em não brigar, não resistir a ela, mas sim incluí-la em nosso fluxo: ir com ela, não contra ela. Desde este lugar, podes cavalgá-la, e aí se dá a entrega.” (Gloria Dinzel).

Bem, está foi a preparação dos laços viscerais com nós mesmos e entre nós, pois agora se intensifica o Tango. Na medida em que a Força cresce, devemos escutar também os conselhos de um outro sábio, o pequeno e verde Jedi, Mestre Yoda. A Força se desperta e o potencial de ambos os lados, Escuro e Claro, se incrementa. E é melhor que se saiba lidar com isso, podendo-se aproveitar as oportunidades pra tão potentes transformações.

A FORÇA É PODEROSA COM ELA

Escorpião é o signo da exaltação da Lua Negra, onde a Força é potente com ela. Seu domicílio é Capricórnio, oposto ao da Lua Branca, que é Câncer. Mas sua exaltação é Escorpião, o signo da profundidade e da alquimia, o que está disposto a ver o que nem sempre é tão bonito. E, por atrever-se a fazê-lo, Escorpião também pode encontrar os mais preciosos tesouros nas profundezas da Terra.THE FORCE IS STRONG WITH HER

Como a Lua Negra trata de concentrar massa, trazer à Terra e materializar, este é o lugar mais potente alquimicamente para ela estar. A Lua Negra e Plutão estão especialmente conectados durante este trânsito, já que ele é agora seu dispositor (além de Marte, que é o corregente de Escorpião) y se encontra no domicílio da Lua Negra (Capricórnio). Então agora, a Força é poderosa com ela, como diria Mestre Yoda.  Si é para pior, ou para melhor – isso depende em que lado da Força se escolhe estar. Em Escorpião, ela é uma incessante fluidez visceral, que deve ser dirigida como uma forte potência transformadora. Este poder concentrado, pode ser tão poderoso como o Tantra, transformando escuridão em luz, destruição em cura, dor em êxtase.

Alguns nascidos com Lua Negra em Escorpião são: Che Guevara, Papa Francisco, Eminem, Akira Kurosawa, Natalie Portman, Hayden Christensen, e também o Episódio I de Guerra nas Estrelas – A Ameaça Fantasma.

O primeiro filme de Guerra nas Estrelas a ser realizado – Episódio IV, A Nova Esperança – tem o Sol em conjunção com a Lua Negra em Gêmeos (lançamento: 25/maio/1977). Por tanto, esta saga pode certamente nos dar clarear, nos trazer insights em como lidar com alguns assuntos de Lua Negra. Contudo, a história não começa aí. É a segunda trilogia a ser filmada que nos conta então da origem de Guerra nas Estrelas, com os Episódios I, II e III, onde tudo começa, revelando-nos o drama de Anakin Skywalker transformando-se em Darth Vader. Sim, esse é o tipo de desafio que a Lua Negra em Escorpião indica. Mas, sigamos a ver, pois há muita sabedoria e beleza que surge, conforme olhamos mais profundamente.

Um jovem prodígio, cheio de talentos, força e intensidade, quem se supõe trará equilíbrio à Força, foi tentado pelo lado escuro. De um Jedi, um guerreiro espiritual da paz, foi corrompido e convertido no mais poderoso dos Senhores Sith, o grande vilão, Darth Vader. Como isto aconteceu?! Por que um rapaz tão promissor, que estava tão enamorado pela bela Padmé, sucumbe ao destrutivo lado escuro? Tudo começa com medo. E aqui recordamos uma joia entre os conselhos de Yoda: “O medo é o caminho para o lado escuro. O medo leva à raiva, a raiva leva ódio, o ódio leva ao sofrimento”. O ponto fraco de Anakin Skywalker era o medo de perder seu amor. O lado escuro, então, o seduz através da suposta possibilidade de evitar que os seus morressem.

Anakin

A Lua Negra natal en Escorpião nos fala de uma memória de perigo e tensão, registrada no corpo, alguma situação de vida ou morte, fatalidade ou intensidade, dentro da família e seu entorno. Assim, se está sujeito à desconfiança, paranoia, compulsão por controle e uma insaciável necessidade de por aprova a lealdade de quem ama – às vezes ao ponto da tragédia. Para não ir pela vereda da tragédia, a força da paixão e profundidade devem ser postas intensamente em ações criativas, com o intuito de ir além da destruição. Quando tanta intensidade é concentrada e dedicada à investigação, transformação e cura, é poderosa como nenhuma outra, com capacidade de alcançar grande profundidade nos sentimentos, cumplicidade e a mais potente experiência de transformação tântrica, trazendo equilíbrio à Força.

Não apenas o Episódio I de Guerra nas Estrelas tem a Lua Negra em Escorpião, como também a têm neste signo Natalie Portman, que dá vida a Padmé-Amidala (o profundo amor de Darth Vader), e Hayden Christensen, que faz o papel de Anakin Skywalker como jovem adulto, quando se converte en Darth Vader (Episódios II y III).  No Episódio I, Christensen não aparece ainda, mas sim Anakin como menino, interpretado por Jake Lloyd, que não tem a Lua Negra em Escorpião, porém sim tem seu Plutão aí, em conjunção com a Lua Negra e o Ascendente de Natalie Portman.

Quando se dá a mutação de Skywalker a Vader, o ator a interpretar este papel é H. Christensen, que justamente nasceu com a Lua Negra e a Lua Branca ambas em Escorpião, em conjunção com o  Plutão de seu antecessor e a Lua Negra de N. Portman.

Por tanto, a escorpiônica conjunção de Lua Negra na sinastria entre Portman e Christensen teve uma poderosa oportunidade de converter a visceral Lua Negra e conduzi-la a uma expressão criativa – e uma que, certamente, nos elucida quanto às oportunidades e desafios que este trânsito nos apresenta agora.

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Queda e Redenção de Darth Vader – Há ainda bondade nele!

George Lucas, escritor e diretor de Guerra nas Estrelas, comentou haver escolhido um ator que tivesse essa presença do lado escuro com ele para poder trabalhar, e que justamente Hayden Christensen era muito bom em sustentar uma corrente subterrânea do lado escuro, algo necessário para interpretar Anakin Skywalker.

Anakin é seduzido pelo poder de controlar. Sua gana pelo poder cresce mais e mais. Sentindo-se não reconhecido pelo Conselho Jedi, sua impaciência e fúria vão aumentando, e ele começa a se perder no ódio e já inevitável sofrimento. Uma parte dele diz, que estou fazendo? Porém, o lado escuro nele justifica dizendo que é pelo bem de Padmé, pelo bem da República, do Universo… Ela lhe diz, “Eu só quero teu amor”. Ele responde, “O amor não te salvará… meus novos poderes sim”.

Padmé engravida. Anakin tem um pesadelo, no qual ela more no parto. Não tendo podido salvar sua mãe de morrer, o medo de perder sua mulher era insuportável, e o lado escuro muito tentador.

Num dado momento, Padmé diz desesperadamente a Anakin: “Estás partindo meu coração… Estás indo por um caminho que eu não posso seguir… Pára! Pára agora, volta… Eu te amo!” Quando, de repente, ele vê que seu amigo Obi-Wan a estava acompanhando. A paranoia e o ciúme se apoderam dele, que tenta matá-la. Ela a princípio sobrevive, mas morre logo após dar à luz seus gêmeos, Luke e Leia. Tratando de garantir que não a perderia, Anakin, indiretamente, mata  sua amada. As últimas palavras de Padmé são: “Há ainda bondade nele”.

Anos depois, as ações de seus filhos, junto à Resistência e o Lado Luminoso da Força, são extensões desse amor. Darth Vader e Luke se encontram em uma luta, onde Vader diz a Luke que é seu pai, e acaba por cortar a mão direita de seu filho. Mais adiante, Luke diz a Leia, com a mesma certeza de sua mãe: “Sinto que… ainda há bondade nele”.

Chega o tempo de Luke encarar novamente seu pai, dessa vez porém na presença de Darth Sidious (Emperador Palpetine, o grande Senhor Sith). Sidious tenta seduzir Luke para o lado escuro, mas ele resiste e luta contra Vader. Dessa vez, é ele que chega a cortar a mão direita de seu pai. É aí que se dá conta que fôra tomado pela ira e o ódio, que estava caindo no mesmo padrão da vingança. Ele pára, se detém. Olha para seu pai com compaixão, joga longe sua espada e diz que nunca se converterá ao lado escuro. Darth Sidious tenta então matá-lo, e é quando o bom que há em Vader se apresenta. Ele mata o Senhor do Lado Escuro e salva seu filho. Através da compaixão do filho, o amor de Padmé o alcança. Ele é redimido. O grande vilão, considerado por todos como um grande demônio sem coração, era na realidade alguém que havia perdido tudo. Tentando ter o controle de tudo, fez um tremendo rolo, destruindo o que lhe era mais precioso. O vilão era na realidade vítima de si mesmo… um homem buscando recuperar sua humanidade. Pouco antes de morrer, Vader-Anakin pede a Luke que tire sua máscara, dizendo ao filho que este já lhe salvou: “Diga a tua irmã que estavas certo ao meu respeito”. Ele morre como um Jedi. O Escolhido enfim destrói os Sith e restaura o equilíbrio à Força.

Padmé Amidala – Amando inteiramente

Seu segundo retorno de Lua Negra se deu quando Natalie Portman encarnou pela primeira vez Padmé Amidala, no Episódio I. O nome deste personagem merece consideração aqui:

Padmé vem do Sânscrito e significa Lótus – a flor que, no meio da lama, na profundidade do pántano, floresce. Faz parte do mantra Om Mani Padme Hum, que pode ser traduzido como a joia no lótus.

Amidala é semelhante à palavra amídala, uma estrutura no cérebro que controla as emoções, e que pesquisas indicam ter um papel crucial no processamento da memória, tomada de decisão e reações emocionais, como parte integrante do sistema límbico. A função das amígdalas se relaciona com o armazenamento, codificação e interpretação da emoção.

Escutamos aqui as palavras de Yoda a seu jovem amigo Obi-Wan: “Não supõe nada… Limpa tua mente deve ser, se o verdadeiro vilão por trás da trama, descobrir queres”. O verdadeiro vilão era Palpetine, a ameaça fantasma – uma desconhecida, misteriosa ameaça à galáxia, que estava mexendo os pauzinhos para gerar a paranoia e o conflito.

Podemos tomar isto como referência para o período deste trânsito: examinar e decodificar apropriadamente nossas emoções, acalmar nossas mentes y escutar nosso coração em um nível mais profundo, de onde possamos filtrar melhor as emoções e sintonizar com uma maior confiança, mantendo viva nossa fé, pois seguramente há ainda bondade no mundo. Esta confiança deve ser nossa guia ao viajarmos pela galáxia nestes tempos excitantes de transformação. Da profundidade se revela o mais precioso, e o lótus está destinado a florescer.

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Jedis e Samurais

A Lua Negra Lilith concerne temas de vida ou morte, representa o instinto de sobrevivência, pelo qual um samurai ou um ninja pode se mover no escuro.  O toque samurai de Guerra nas Estrelas vem do trabalho de Akira Kurosawa, importante influência para George Lucas, e que tem também sua Lua Negra em Escorpião. Toda essa dramática e visceral intensidade é encontrada nos filmes Kurosawa, que são épicos samurai ou dramas profundos do coração – muito Lua Negra em Escorpião realmente. Como disse certa vez Oliver Stone, “ele tinha ação mais psicologia, e era bom nisso”. Este mestre dos mestres do cinema veio de uma linhagem samurai de verdade e se tornou diretor em meio à segunda guerra mundial no Japão, sob a pressão da censura. Akira Kurosawa (1910-1998) se manteve apaixonadamente devotado a seu trabalho ao longo de sua vida, inspirando a muitos – impulso destrutivo e sentido de fatalidade magnificamente convertidos em expressão criativa.

E isso é o que temos de fazer agora com nossas próprias intensidades.  A paixão é forte, por isso devemos escolher bem a que ou a quem dedicamos nossa energía, estando alertas quanto a vampiros sexuais, manipuladores de poder e impulsos autodestrutivos.

Yoda ensina “Treine-se para deixar de lado tudo a que temes perder”. Às vezes, essa diretriz é levada demasiadamente a sério por aqueles que têm Lua Negra em Escorpião em seu mapa natal. Tentando fugir da dor da perda e do perigo do desconhecido, matam possibilidades mesmo antes de começar – mais ainda se algo por demais precioso se apresenta no horizonte, provocando assim o medo de perdê-lo. É mais fácil soltar, nos entregarmos e confiarmos quando nos damos conta de o que é nosso não podemos perder. Não temos como perder nosso real tesouro. Ainda que às vezes seja preciso coragem para bancá-lo.

Uma vez que tenhamos realmente escutado nosso coração, é melhor segui-lo, ligados com a Força Universal. Novamente, tal como Yoda explica: “Não tente, faça ou não faça”. Agora, mais que nunca, é tempo de sermos total, soltando e nos entregando aos caminhos da Força, a mais poderosa e transformadora força em todo o universo – o Amor – porque, de verdade, sempre está conosco!

Por Vanessa Guazzelli Paim, Agent 55

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Traduzido pela autora.

Texto original em inglês publicado pela Cosmic Inteligence Agency, em duas partes:

https://cosmicintelligenceagency.com/black-moon-lilith-in-scorpio-the-force-awakens/

https://cosmicintelligenceagency.com/black-moon-lilith-in-scorpio-the-force-awakens-3/